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A Igreja no Mundo | Sínodo 2023

Sínodo 2023

Convocado pelo Papa Francisco, o próximo sínodo terá como tema “Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. O processo inaugura uma nova metodologia de consulta que contará com diferentes fases, entre outubro de 2021 e outubro de 2023. A primeira é a fase diocesana, seguida de uma fase continental, as quais gerarão dois Instrumentum Laboris (instrumentos de trabalho) distintos, antes da fase definitiva em nível eclesial. Universal.

 

O Papa Francisco ressaltou durante a comemoração do 50º aniversário da instituição do Sínodo dos Bispos, em outubro de 2015, que “o Sínodo dos Bispos é o ponto de convergência do dinamismo da escuta recíproca no Espírito Santo, conduzida em todos os níveis da Igreja” Assim, a Secretaria do Sínodo pontua que a articulação das diferentes fases do processo sinodal possibilitará a escuta real do Povo de Deus e será garantida a participação de todos no processo sinodal: “Não é apenas um acontecimento, mas um processo que envolve em sinergia o Povo de Deus, o Colégio Episcopal e o Bispo de Roma, cada um segundo a sua função”.

 

 

Documento preparatório

 

“Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão – Documento preparatório”. A Secretaria Geral do Sínodo apresenta o texto preparatório e o Vade-mécum para orientar o caminho do Sínodo sobre a Sinodalidade, que será aberto nos dias 9-10 de outubro em Roma e em 17 de outubro nas Igrejas particulares, e será concluído com uma Assembléia no Vaticano em 2023.

 

Ouvir, “sem preconceitos”. Tomar a palavra, “com coragem e parrésia”. Diálogar com a Igreja, a sociedade e as outras confissões cristãs. A Secretaria Geral do Sínodo publicou o Documento Preparatório e o Vade-mécum para indicar as diretrizes sobre as quais o caminho do Sínodo sobre a Sinodalidade será orientado.

 

O documento pretende ser sobretudo “um instrumento” para facilitar a primeira fase de escuta e consulta do Povo de Deus nas Igrejas particulares, que começará em outubro de 2021 e terminará em abril de 2022. Enquanto o Vade-mécum é concebido como “um manual” que oferece “apoio prático” aos referentes diocesanos para preparar o Povo de Deus. Inclui orações on-line, exemplos de Sínodos recentes, um glossário de termos para o processo sinodal. “Não um livro de regras”, mas, “um guia para apoiar os esforços de cada Igreja local”.

 

Na base das duas publicações há uma questão fundamental: “Como é que este “caminhar juntos” se realiza hoje em diferentes níveis (do local ao universal) que permite à Igreja de anunciar o Evangelho, de acordo com a missão que lhe foi confiada? Que passos o Espírito nos convida a dar para crescermos como Igreja sinodal?

 

Para responder a esta pergunta, a Secretaria do Sínodo salienta a necessidade de “viver um processo eclesial participativo e inclusivo” que ofereça a cada um, de maneira particular aqueles que se encontram à margem, a oportunidade de se expressar e ser ouvido; em seguida, reconhecer e apreciar a variedade de carismas e examinar “como a responsabilidade e o poder são vividos na Igreja”. Em seguida, é solicitado a “credenciar a comunidade cristã como um sujeito credível e parceiro fiável” em percursos de diálogo, reconciliação, inclusão e participação. E também para “regenerar as relações” com representantes de outras confissões, organizações da sociedade civil e movimentos populares.

 

Portanto, medidas concretas que se dão num marco histórico marcado pela “tragédia” da Covid e num contexto em que a Igreja enfrenta a falta de fé interna, corrupção e abusos. É precisamente nestes “sulcos cavados pelo sofrimento”, no entanto, que “novos caminhos” florescem para “refundar o caminho da vida cristã e eclesial”.

 

O documento dedica amplo espaço aos leigos. Reafirma que todos os batizados são “sujeitos ativos de evangelização” e que é fundamental que os pastores “não tenham medo de ouvir o rebanho”. Em uma Igreja sinodal, de fato, cada um “tem algo a aprender” com o outro.

 

O texto preparatório propõe então perguntas para orientar a consulta do Povo de Deus, começando com uma questão: Como se dá hoje o “caminhar juntos” em sua Igreja particular? Por isso, é preciso reexaminar as experiências da própria diocese a este respeito, levando em conta as relações internas da Diocese entre os fiéis, o clero e as paróquias, mas também entre os bispos, com as diversas formas de vida religiosa e consagrada, com as associações, os movimentos e as instituições como escolas, hospitais, universidades e organizações caritativas. Também devem ser consideradas as relações e iniciativas comuns com outras religiões e com o mundo da política, cultura, finanças, trabalho, sindicatos e minorias.

 

Por fim, o documento ilustra dez núcleos temáticos sobre a “sinodalidade vivida” a serem explorados a fim de enriquecer a consulta. Estes incluem: refletir sobre quem faz parte do que chamamos de “nossa Igreja”; escutar os jovens, as mulheres, os consagrados, os descartados, os excluídos; considerar se um estilo autêntico de comunicação é promovido na comunidade, sem duplicidade; avaliar como a oração e a liturgia guiam o “caminhar juntos”; refletir sobre como a comunidade apoia os membros engajados em um serviço; repensar lugares e modos de diálogo nas dioceses, com dioceses vizinhas, com comunidades e movimentos religiosos, com instituições, com os não-crentes. E também: questionar-se como é exercida a autoridade na Igreja particular, como as decisões são tomadas, que instrumentos são promovidos para a transparência e responsabilidade, qual a formação dos que têm posições de responsabilidade.

 

Os frutos das reflexões, explica a Secretaria do Sínodo, serão condensados em cerca de dez páginas. O objetivo “não é produzir documentos”, mas dar origem a sonhos, profecias e esperanças.

 

 

Abaixo é possível fazer o download do documento em PDF.

 

 

 

 

Texto e foto: Vatican News

 


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