As indulgências concedidas pela Igreja aos finados no dia 2 e em toda primeira semana de novembro, serão estendidas, pela segunda vez, durante todo o mês. A decisão é da Penitenciária Apostólica e poderão lucrar as indulgências em favor dos falecidos aqueles que rezarem nas intenções do Papa, na forma estabelecida pela Igreja. O bispo de Paranaguá (PR) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Edmar Peron, gravou um vídeo no qual explica essa oportunidade oferecida pela Igreja.
Rezar pelos que já morreram
Dom Edmar situa que a celebração do Dia de Finados “marca-nos profundamente”, por experimentarmos a dor da morte em nossas famílias, mas também “porque, como homens e mulheres de fé, elevamos a Deus nossas preces pelas pessoas que já morreram”. O bispo conta que o costume de rezar pelos que já morreram, está ligado à compreensão bíblica encontrada no segundo livro dos Macabeus, no capítulo 12, quando Judas manda que sejam oferecidos sacrifícios no templo pelos pecados dos que morreram.
“A oração está ligada, portanto, à purificação dos pecados. E a grande luz para tudo isso é porque cremos na gloriosa ressurreição, cremos na vida junto de Deus”, situa o bispo.
Indulgências
Essa oração de purificação, explica dom Edmar, pode estar dentro do grande horizonte das indulgências. “Quando nós nos confessamos, nossos pecados são perdoados, mas marcas do pecado permanecem em nossas vidas. Nós ficamos feridos. O perdão nos é dado, mas é preciso corrigir aquilo que ficou destruído pelo pecado, ou seja, é preciso que unamos ao perdão a penitência, a purificação”, detalha.
Portanto, ao rezar pelos que já morreram, os fiéis podem alcançar indulgência em favor daqueles que já se foram, pedindo a pedindo a purificação dos pecados.
O Diretório de Liturgia da Igreja no Brasil detalha as indulgências concedidas, das quais destaca-se a primeira forma, estendida por todo o mês de novembro, por conta da pandemia do novo coronavírus:
Aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos: diariamente, do dia 1º ao dia 8º de novembro, nas condições de costume, isto é: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchir. Indulgentiarum, n. 13).
Dom Edmar Peron explica que essa oração é em comunhão filial e respeitosa com a pessoa do Papa: “Nós rezamos então o creio e o Pai Nosso, estando no cemitério, visitando uma Igreja ou mesmo diante de uma imagem de Nossa Senhora ou de Nosso Senhor Jesus Cristo”.
“Unimos a estas orações pelo Papa um desejo sincero de romper com o pecado, afastar nosso coração do pecado. E, se nós não tivermos a ocasião da confissão nesses dias, na primeira oportunidade iremos nos confessar. Também participaremos da comunhão eucarística. Estas duas atitudes – da confissão sacramental e da comunhão eucarística – estão profundamente unidas às orações pelo Santo Padre”.
Ao final do vídeo, o bispo deseja a cada um que renove sua confiança “na vida eterna, na ressurreição, na feliz ressurreição, na gloriosa participação diante de Deus”.
Que você reze comigo, com toda a Igreja, pelos que já faleceram, pedindo indulgência, purificação de todos os seus pecados, das marcas que o pecado deixou. Possamos rezando pelos que faleceram, unir forças para enfrentar a pandemia e as suas consequências.
Texto e informações: CNBB