O arcebispo da Arquidiocese de Manaus, Dom Sérgio Castriani, emitiu, na noite de ontem, 02 de janeiro, uma nota de solidariedade às famílias enlutadas dos 60 detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), neste domingo, 01 de janeiro.
Leia na íntegra a nota:
NOTA À SOCIEDADE
“Porque é do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos” (Marcos 7,21)
Diante do massacre ocorrido neste domingo 1º de janeiro de 2017, no Sistema Penitenciário de Manaus, onde morreram ao menos 60 detentos, a Pastoral Carcerária da Arquidiocese de Manaus, se pronuncia, em defesa da vida e manifesta solidariedade às famílias enlutadas.
A Pastoral Carcerária, afirma em primeiro lugar que é dever do Estado cuidar e garantir a integridade física de cada detento, oferecendo as condições para cumprimento das suas respectivas penas.
A Pastoral Carcerária visita o Sistema Prisional há 40 anos, por isso afirma que o Sistema prisional não recupera o cidadão, pelo contrário oportuniza escola de crime, em vez de oferecer atividades ocupacionais aos internos.
Considera ainda que a raiz do problema carcerário no Estado do Amazonas e no Brasil é falta de políticas públicas. A terceirização também fragiliza o sistema, onde o preso representa apenas valor econômico.
Manifestamos nosso repudio contra a mentalidade daqueles que banalizam a vida, achando que a mesma é descartável, onde se pode matar e praticar todo tipo de crime e violência contra os cidadãos (as).
Enfim, não se pode responder violência, com violência, mas com não- violência, visando uma cultura de paz.
Confiando na misericórdia divina, convidamos para uma missa em sufrágio dos falecidos no dia 07 de janeiro, sábado na Catedral da Imaculada Conceição as 16hs.
Pastoral Carcerária
Dom Sergio Eduardo Castriani
Arcebispo de Manuas