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A Igreja no Mundo | Encerramento do encontro sobre “A proteção dos Menores na Igreja

“Queremos que todas as atividades e lugares da Igreja sejam sempre totalmente seguros para menores; que sejam tomadas todas as medidas possíveis para que crimes semelhantes não se repitam; que a Igreja volte a ser absolutamente credível e confiável em sua missão de serviço e educação para os pequenos, de acordo com o ensinamento de Jesus”. Assim o Papa Francisco se expressou sobre o Encontro “A proteção dos Menores na Igreja”, na oração do Angelus, neste domingo, 24 de fevereiro.

 

A fala do Sumo Pontífice sinaliza as intenções e a nova postura que a Igreja pretende tomar de agora em diante. Algumas medidas concretas a respeito do tema debatido entre os dias 21 e 24, no Vaticano, serão a publicação de um novo Motu Proprio do Papa Francisco “sobre a proteção dos menores e das pessoas vulneráveis”,  que acompanhará uma nova lei do Estado da Cidade do Vaticano e as Diretrizes para o Vicariato da Cidade do Vaticano; a publicação pela Congregação para a Doutrina da Fé de um manual que irá “ajudar os bispos do mundo a compreender claramente seus deveres e suas funções” e ainda, a criação de “forças-tarefa” para “ajudar Conferências episcopais e as dioceses” em dificuldades. As medidas foram apresentadas em entrevista coletiva no Instituto Patrístico Agostiniano, neste domingo.

 

Ainda na oração do Angelus deste domingo, Francisco concluiu dizendo que, com a retomada da credibilidade e da confiabilidade da Igreja, será possível colaborar “com todo o nosso coração e com eficácia, juntamente com todas as pessoas de boa vontade e todos os componentes e as forças positivas da sociedade, em todos os países e em nível internacional”, para que se combata até o fim, de todas as formas, “o grave flagelo da violência contra centenas de milhões de menores, crianças, meninas e meninos, em todo o mundo”.

 

Francisco ainda ressaltou que a difusão do problema dos abusos sexuais em todos os continentes, o motivaram a tratar da temática em conjunto, “de maneira corresponsável e colegiada”, neste encontro que reuniu patriarcas, presidentes de todas as Conferências Episcopais, líderes das Igrejas Orientais Católicas, representantes dos Superiores das Congregações religiosas e vários dos seus colaboradores da Cúria Romana: “Ouvimos a voz das vítimas, rezamos e pedimos perdão a Deus e às pessoas ofendidas, tomamos consciência de nossas responsabilidades, de nosso dever des fazer justiça, na verdade, de rejeitar radicalmente todas as formas de abuso de poder, de consciência e sexual”, afirmou.

 

O arcebispo de Brasília (DF) e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cardeal Sergio da Rocha, em entrevista ao Vatican News, disse esperar, a partir desse encontro, “dar passos ainda maiores nos campos da prevenção, da justiça e da assistência às vítimas”. “Com certeza, vamos ter momentos em que os bispos reunidos em Assembleia Geral, seja nos regionais, poderão tratar melhor os passos a serem dados. Nós estamos acolhendo com uma disposição muito firme, muito sincera, de por em prática tudo aquilo que estiver sendo orientado e proposto para o conjunto da Igreja”, finalizou.

 

Durante o encontro, o cardeal Sergio ainda teve a oportunidade de entregar ao papa Francisco o colete recebido de voluntários que atuaram no atendimento às famílias de Brumadinho (MG), afetadas pelo rompimento da barragem de rejeitos de mineração há um mês.

 

“Que este testemunho de atenção do próprio papa em relação a Brumadinho motive toda a Igreja no Brasil a ter a mesma solidariedade, a querer sempre mais estar unida aos irmãos e irmãs que ali estão”, concluiu o presidente da CNBB.

 

Texto e informações: CNBB