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Sagrado Coração de Jesus

O mês de junho é dedicado ao Sagrado Coração de Jesus. Em Mogi das Cruzes, na Vila Vitória, o Santuário Diocesano do Sagrado Coração de Jesus realiza a sua 33ª Festa do Sagrado Coração de Jesus com uma intensa programação que se inicia no dia 03 e segue até o dia 18 com a celebração de Missas, Novenas e a sua tradicional quermesse. A Festa do Sagrado Coração de Jesus consta no calendário municipal de Turismo.

 

A Igreja Católica celebra a Festa do Sagrado Coração de Jesus na sexta-feira da semana seguinte à Festa de Corpus Christi. O coração é mostrado na Escritura como símbolo do amor de Deus. No Calvário o soldado abriu o lado de Cristo com a lança (Jo 19,34). Diz a Liturgia da missa da Solenidade que “aberto o seu Coração divino, foi derramado sobre nós torrentes de graças e de misericórdia”. Jesus é a Encarnação viva do Amor de Deus, e seu Coração é o símbolo desse Amor. Por isso, encerrando uma conjunto de grandes Festas (Páscoa, Ascensão, Pentecostes, Santíssima Trindade, Corpus Christi), a liturgia da Igreja Católica nos leva a contemplar o Coração de Jesus.

 

O Sagrado Coração é a imagem do amor de Jesus por cada um de nós. É a expressão daquilo que São Paulo disse: “Eu vivi na fé do Filho de Deus, que me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2,20). É o convite a que cada um de nós retribua a Jesus este amor, vivendo segundo a Sua vontade e trabalhando com a Igreja pela salvação das almas.

 

Vários santos veneraram o Coração de Jesus. Santo Agostinho disse: “Vosso Coração, Jesus, foi ferido, para que na ferida visível contemplássemos a ferida invisível de vosso grande amor”. São João Eudes, grande propagador desta devoção no século XVII, escreveu o primeiro ofício litúrgico em honra do Coração de Jesus, cuja festa se celebrou pela primeira vez na França, em 20 de outubro de 1672.

 

Jesus revelou o desejo da Festa ao seu Sagrado Coração à religiosa Santa Margarida Maria Alacoque, na França, mostrando-lhe o “Coração que tanto amou os homens e é por parte de muitos desprezado”. Santa Margarida teve como diretor espiritual o padre jesuíta São Cláudio de la Colombière, canonizado por São João Paulo II, e que se incumbiu de propagar a grande Festa.

 

O Papa Clemente XIII aprovou a Missa em honra do Coração de Jesus e Pio X, dia 23 de agosto de 1856, estendeu a Festa para toda a Igreja a ser celebrada na sexta-feira da semana subsequente à festa de Corpus Christi. O Papa Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus. O Papa São Paulo VI disse certa vez que ela é garantia de crescimento na vida cristã e garantia da salvação eterna.

 

A devoção ao Sagrado Coração de Jesus tem a sua origem na própria Sagrada Escritura. O coração é um dos modos para falar do infinito amor de Deus pôr você. Este amor encontra seu ponto alto com a vinda de Jesus. A devoção ao Sagrado Coração de um modo visível aparece em dois acontecimentos fortes do evangelho: o gesto de São João, discípulo amado, encostando a sua cabeça em Jesus durante a última ceia (cf. Jo 13,23); e na cruz, onde o soldado abriu o lado de Jesus com uma lança (cf. Jo 19,34). Em um temos o consolo pela dor da véspera de sua morte, e no outro, o sofrimento causado pelos pecados da humanidade.

 

O Papa São João Paulo II sempre cultivou esta devoção, e a incentiva a todos que desejam crescer na amizade com Jesus. Em 1980, no dia do Sagrado Coração, afirmou: “Na solenidade do Sagrado Coração de Jesus, a liturgia da Igreja concentra-se, com adoração e amor especial, em torno do mistério do Coração de Cristo. Quero hoje dirigir juntamente convosco o olhar dos nossos corações para o ministério desse Coração. Ele falou-me desde a minha juventude. Cada ano volto a este mistério no ritmo litúrgico do tempo da Igreja”.

 

Entre as muitas e ricas promessas que Jesus Cristo fez aos que fossem devotos de seu Sagrado Coração, sempre chamou a atenção a que fez aos que comungassem em sua honra as nove primeiras sextas-feiras do mês seguidos. É tal, que todos a conhecem com o nome da Grande Promessa. Esta devoção, em sua forma atual, deve-se às revelações que o próprio Cristo fez a Santa Margarida Maria (1649-1690), sobretudo quando em 16 de junho de 1657, descobrindo seu Coração, disse-lhe: “Eis aqui este Coração que amou tanto aos homens, que não omitiu nada até esgotar-se e consumir-se para manifestar-lhes seu amor, e por todo reconhecimento, não recebe da maior parte mais que ingratidão, desprezo, irreverências e tibieza que têm para mim neste sacramento de amor”.

 

Jesus deu a sua servidora o encargo de que se tributasse culta a seu Coração e a missão de enriquecer ao mundo inteiro com os tesouros desta devoção santificadora. O objeto e fim desta devoção é honrar o Coração adorável de Jesus Cristo, como símbolo do amor de um Deus para nós; e a vista deste Sagrado Coração, abrasado de amor pelo homens, e ao mesmo tempo desprezado por estes, nos deve mover a amá-lo e a reparar a ingratidão de que é objeto.

 

Nesta tão sublime solenidade do Coração de Jesus, queremos pedir ao Senhor que de a paz a todos os corações, pois, vivemos num momento onde muitos optam pela violência. A violência vai contra os princípios morais e éticos e ainda religiosos. Deus é amor e paz. Que o nosso coração possa unir ao Coração Sagrado de Jesus.

 

Sagrado Coração de Jesus, nós temos confiança em vós!

 

Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao Vosso, capaz de amar e sempre perdoar. Amém!

 

Mons. Antônio Robson Gonçalves

Vigário Geral na Diocese de Mogi das Cruzes, Pároco e Reitor do Santuário Diocesano do Sagrado Coração de Jesus

 

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