No dia 3 de abril, foi inaugurada no Parque Centenário, em Mogi das Cruzes, com a expressiva presença de autoridades civis e religiosas, a Rota da Luz. Uma nova rota turística para os peregrinos que pretendem ir a pé, de suas cidades até Aparecida, passando por Mogi das Cruzes, Guararema, Santa Branca, Paraibuna, Redenção da Serra, Taubaté, Pindamonhangaba e Roseira, realizando um total de 194 Km.
A nova Rota oferece melhores condições, no meio de bosques, mata, rios e trilhas. Oferece maior segurança aos romeiros que faziam o caminho até Aparecida, percorrendo a Rodovia Dutra, muito perigosa, pelo tráfego intenso de caminhões e carros e, também, cansativa pela poluição auditiva.
A chama da fé, que no peito do povo arde de amor a Deus e a Nossa Senhora Aparecida, leva centenas de brasileiros a fazerem a peregrinação a pé ao Santuário de Maria.
Há romeiros já treinados e motivados a realizarem todos os anos o Caminho da Fé e há romeiros que pela primeira vez, deixam as pernas andar, reprimindo toda tentativa e vontade de parar pelo caminho.
Da última vez que estive em Aparecida de carro, acompanhado pelo casal Sebastião e Celina Moraes, para participar da celebração, em que foi entregue a imagem de Nossa Sra. Aparecida, à igreja Maronita de São Paulo. Na volta, paramos em um restaurante, situado à margem da Rodovia Dutra, para almoçar. Encontramos com um grupo de romeiros suzanenses, meus amigos, entre eles, o coronel José Ferreira dos Santos que comandava em Suzano a Secretaria de Trânsito e Mobilidade Urbana e, hoje, é responsável pela Secretaria de Controladoria. Porém, o fato principal foi ter visto entre esses meus amigos, dois irmãos, Reinaldo e Francisco Moraes, que a meu ver, estavam realizando a maior proeza de suas vidas, por não estarem acostumados ao ritmo de caminhar dos romeiros. Se emocionaram e no abraço trocado com seus pais e comigo, encontraram novas forças e um novo respiro, para continuarem junto aos outros romeiros e concluir no dia seguinte a romaria à Aparecida.
Tinham toda a razão por estarem cansados, pois a caminhada estava sendo comprometida pelo calor infernal. Reinaldo e Francisco, entraram no Santuário com sentimentos de vitória e de muita fé. Teimaram em resistir ao cansaço e somente na volta penduraram os tênis, que usarão de novo numa próxima romaria.
“Juro que nunca mais voltarei a pé a Aparecida.”, disse um dos irmãos. É isso mesmo que as pessoas pensam diante de uma caminhada que parece nunca terminar, porém, no ano seguinte, estão de novo no grupo dos romeiros.
Ser romeiro é pulsar intensamente de fé, para caminhar por alguns dias, debaixo do sol ou da chuva, rumo a um Santuário religioso ou ecológico. Ser romeiro, é partilhar um pouco da própria vida, com a vida da natureza, que transborda de harmonia, de paz e luz divina. Francisco e Reinaldo, celebraram esta aventura, como uma grande experiência, repleta de dedicação, sacrifício e determinação. Colocaram em suas vidas, um pouco do universo, do planeta Terra, muito mais do que oferece o pequeno espaço do lar, do serviço ou do lazer em um clube fechado. O que acontece com os romeiros, é que a cada dia, em plena ação de despertar e caminhar, são fascinados pelo cheiro do chão, das águas e dos perfumes naturais, puros, balsâmicos e terapêuticos.
Pe. Carmine Mosca, FdD
Mais informações no site: http://www.rotadaluzsp.com.br/publico/