Homilia de ordenação sacerdotal dos Freis da Fraternidade dos Pobres de Jesus
Paróquia dos Santos Apóstolos – Itaquaquecetuba – 16 de dezembro de 2023
Saudação!
Monsenhor Antonio Robson Gonçalves – vigário geral
Pe. Beniamino Resta – diretor da Escola diaconal
Pe. Thiago Cosmo – diretor da Faculdade de Filosofia e Teologia Paulo VI
Padres Leonardo Godoy, Giovanni Cosimati, Leandro José Leme Duarte e demais padres presentes
Diáconos, seminaristas, consagradas/os
Irmãos e irmãs presentes
Reverendíssimo Pe. Frei Tarcísio da Santíssima Virgem Maria – Ministro geral da Fraternidade dos Pobres de Jesus
Reverendíssimo Pe. Frei Mikael Custódio das Santas Chagas – Vice-ministro geral da Fraternidade dos Pobres de Jesus
Queridos presbíteros eleitos:
Frei Angélico Consolo do Coração de Jesus
Frei Antônio da Paixão de Cristo
Frei Félix Félix Cativo de Jesus Hóstia
Frei Gabriel do Verbo Encarnado
Frei Iluminatto do Coração Sacratíssimo de Jesus
Frei José Alegria do Menino Jesus
Consagrados para evangelizar!
Estamos reunidos para a ordenação sacerdotal desses nossos seis irmãos, já professos (consagrados) da Fraternidade dos Pobres de Jesus Cristo, diáconos da Santa Igreja e que aqui se apresentam, hoje, como candidatos para receberem o segundo grau do Sacramento da Ordem, o Presbiterado.
Atraídos por Jesus Cristo, pela Igreja e pela missão, depois de um longo caminho percorrido, nas etapas da formação e no apostolado que anteriormente realizaram, aqui estão, como presbíteros eleitos, para serem ordenados sacerdotes.
Este momento que vivemos e celebramos sintetiza a história de vidas desses nossos irmãos e a bela história da Fraternidade, nesses 22 anos de existência. Mais uma vez, expresso minha profunda gratidão ao Pe. Gilson e à Irmã Serva, seus fundadores. E uma especial saudação aos filhos prediletos, que são todos os pobres acolhidos pela Fraternidade.
Consagrados para evangelizar! Eis a mensagem que recolhi, a partir dos textos bíblicos que ouvimos, na liturgia da Palavra, e dos lemas que cada um dos seis ordinandos escolheu. A partir desta mensagem principal – consagrados para evangelizar – assinalo outros ensinamentos significativos, considerando antes de tudo que eles são consagrados pela unção do Espírito Santo:
“O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me para evangelizar os pobres” (Is 61,1 / Lc 4,18) (primeira leitura). O Espírito Santo que conduz a Igreja irá consagrar estes nossos irmãos, no momento da ordenação sacerdotal, quando, pela imposição de minhas mãos e pela prece de ordenação, rezaremos que Cristo, “pelo Espírito Santo, se ofereceu ao Pai, na cruz, como Hóstia pura, e fez os seus apóstolos, santificados na verdade, participantes da sua missão; e lhes deu colaboradores para anunciar e consumar em todo o mundo a obra da salvação”. Diante desta sublime realidade e grandiosa missão, ressoem as palavras de João Batista: “Esta é minha alegria e ela é completa” (Jo 3,29) (JOSÉ).
A completa alegria dos consagrados de Cristo não elimina as dificuldades, como adverte o apóstolo Paulo: “de cidade em cidade, o Espírito Santo me adverte, dizendo que me aguardam cadeias e tribulações” (At 20,23). Mas não importa, diz Paulo, “contanto que eu leve a bom termo minha carreira e cumpra o ministério que recebi do Senhor Jesus, de dar testemunho do evangelho da graça de Deus” (At 20,24), como pastores solícitos, dedicados e amorosos do rebanho de Cristo.
Nossos irmãos serão, pois, consagrados para serem bons pastores, cumprindo a promessa de Deus, nas palavras do Profeta Jeremias: “eu vos darei pastores conforme o meu coração, que vos apascentarão com conhecimento e prudência” (Jr 3,15). Pastores zelosos a exemplo de Cristo, quando exclamou: “eu sou o bom pastor: o bom pastor dá a sua vida pelas suas ovelhas” (Jo 10,11) (FÉLIX).
A segunda leitura recordou as palavras de Paulo: “Cuidai do rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos estabeleceu como guardiães, como pastores da Igreja de Deus que Ele adquiriu com seu sangue ... (pois) eu sei que surgirão entre vós lobos ferozes, que não pouparão o rebanho” (At 20,28.29).
No coração do pastor repousam as alegrias e esperanças, mas também os sofrimentos das ovelhas a ele confiadas. É o amor que move os consagrados a serem diligentes na missão de “apascentar o rebanho de Deus que lhes foi confiado” (cf. 1Pd 5,2). Os ministros de Cristo e da Igreja são consagrados pela força do próprio amor de Deus.
Considerando que os eleitos são consagrados pela força do amor de Deus, o evangelho que ouvimos recordou as palavras de Cristo ressuscitado naquele diálogo amoroso com Simão Pedro. “Tu me amas”?, perguntou Jesus, três vezes, a Simão Pedro. E ele respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; Tu sabes que te amo” (Jo 21,17) (ANTONIO). E só a partir dessa premissa do verdadeiro e indubitável amor de Deus é que Jesus, igualmente por três vezes, recomenda a Pedro: “Apascenta minhas ovelhas” (Jo 21,15.16.17).
Com sua presença e seu amor, Jesus garante que os apóstolos e seus futuros colaboradores não estarão sozinhos, como o Pai não deixa sozinho o Filho que, por isso, dissera: “e quem me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho” (Jo 8,29) (ANGÉLICO). O evangelista João experimenta, em sua intimidade com Cristo, esta dinâmica do amor, e a expressa com as seguintes palavras: “nisso conhecemos o amor. Ele deu a vida por nós. E nós também devemos dar a vida pelos irmãos” (1 Jo 3,16) (GABRIEL).
Por fim, concluímos que estes nossos irmãos, consagrados pela unção do Espírito Santo (1), consagrados para serem bons pastores (2), consagrados pela força do Amor de Deus (3), são consagrados para a santificação (4) e consagrados para a missão (5).
Eles são consagrados para a santificação de si próprios e do povo Deus pois, como ouvimos na segunda leitura, “Deus e a palavra de sua graça () têm o poder de edificar e de vos dar a herança entre todos os que foram santificados” (At 20,32).
Eles são também consagrados para a missão! E aqui vale recordar que a missão do ministro ordenado é, antes de tudo, a de anunciar a palavra de Deus, recordando o salmo que diz: “Tua palavra é lâmpada para os meus pés, luz para o meu caminho” (Sl 118/119,105) (ILUMINATO). E recordando as palavras de São Pedro a Cristo: “só Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68).
Queridos filhos! Sejam felizes na missão que assumem, logo mais, como sacerdotes. Deus os abençoe no primeiro encargo a que estão destinados pelo vosso superior, em nome da Fraternidade, e que realizarão também em nome desta nossa diocese, pois aqui vocês são incardinados: Frei Angélico – Mogi das Cruzes/SP; Frei Antônio – Rio de Janeiro/RJ; Frei Félix – São Luís /MA; Frei Gabriel – Beira/África; Frei Iluminatto – San Bernardo/Chile e Frei José – Campo Mourão/PR. Nossa diocese já conta com vinte padres e dois diáconos na missão Ad Gentes, em outros Estados e até fora do Brasil. Vocês vêm reforçar esta presença missionária que tanto enriquece a nossa Igreja. Louvado seja Deus!
Intercedam sempre Nossa Senhora, mãe das vocações; São José, patrono da Igreja e Sant’Ana, patrona da nossa Diocese! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Dom Pedro Luiz Stringhini
Mogi das Cruzes, 09 de dezembro de 2023