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Palavra do Bispo | Homilia - 02/02/2024

Homilia - 02/02/2024

Festa da Apresentação do Senhor, Dia Mundial da Vida Consagrada e Cerimônia de Investidura: Monsenhor Dorival Aparecido de Moraes e Monsenhor Claudionir Braga do Carmo (02 de fevereiro de 2024)

 

JESUS CRISTO LUZ DAS NAÇÕES!

 

Na Festa da Apresentação do Senhor, que a Igreja Católica hoje celebra, nossa Diocese de Mogi das Cruzes. com o coração exultante de alegria, rende infinitas graças a Deus, pois o Santo Padre, o Papa Francisco, em sua benevolência, dignou-se conceder o título de Monsenhor, denominado também Capelão de Sua Santidade a dois sacerdotes incardinados nesta diocese: o Revmo. Monsenhor Dorival Aparecido de Moraes e o Monsenhor Claudionir Braga do Carmo (in memoriam).

 

Acolhemos este gesto do Santo Padre como expressão da bondade da Santa Igreja Católica, a qual, como “Mãe e Mestra” (“Mater et Magistra”), gera sempre novos filhos, alimenta-os na fé, sustenta com amor materno os seus passos, demonstrando-lhes reconhecimento e gratidão. Já no século III, São Cipriano afirmou que ninguém pode ter a Deus por Pai, que não tenha a Igreja por mãe – mãe terna, amorosa e intercessora, a exemplo da Mãe de Jesus Cristo, a Virgem Maria.

 

Monsenhor Dorival Aparecido de Moraes é padre há 38 anos e Monsenhor Claudionir celebrou, ano passado, 41 anos de sacerdócio, acumulando, cada um deles, quatro décadas de serviço a Cristo e à sua Igreja. Recordo que, dos padres aqui incardinados, e que estão em atividade, Monsenhor Dorival hoje é o decano.

 

Por tudo isso e muito mais, aos 21 de setembro de 2023, escrevi à Nunciatura à Apostólica, solicitando ao Sr. Núncio Apostólico, Dom Giambattista Diquattro, que fizesse chegar ao Santo Padre o pedido de concessão deste título. Fiz este pedido em meu nome, em nome do presbitério e de toda a Igreja particular de Mogi das Cruzes, no desejo de expressar o reconhecimento pelo profícuo ministério sacerdotal e pelos relevantes serviços prestados a esta Diocese por esses dois beneméritos sacerdotes.

 

De fato, nosso pedido foi acatado e o diploma que foi assinado, no Vaticano, no dia 06 de novembro de 2023. Dia 29 de novembro de 2023, Pe. Claudionir Braga do Carmo veio a falecer, sem que ele e nós soubéssemos do título que tinha recebido. No início de dezembro, recebemos, através da Nunciatura Apostólica, os respectivos diplomas. A notícia encheu de alegria o coração de todos nós. Nosso presbitério sente-se valorizado, honrado e fortalecido. Hoje, in memoriam, tributamos ao Monsenhor Claudionir toda nossa homenagem e gratidão.

 

Monsenhor Dorival Aparecido de Moraes é paulista, nascido em Taubaté, SP, aos 22 de março de 1954 (69 anos de idade). Completados seus estudos de filosofia e de teologia, foi ordenado diácono, na Paróquia São Sebastião, em Suzano, SP, em 20 de janeiro de 1985. Sua ordenação presbiteral se deu em 02 de junho de 1985, sendo ordenante S.E.R. Dom Emílio Pignoli, o segundo bispo diocesano.

 

De fevereiro de 1986 a 05 de março de 2000, foi Pároco da Paróquia de Nossa Senhora de Lourdes, na cidade de Poá, onde exerceu seu ministério. Gozando de grande estima dos seus paroquianos, deixou em Poá marcas indeléveis de um pastoreio profícuo e abençoado.

 

Em 05 de março de 2000, foi nomeado Pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Santuário diocesano, em Mogi das Cruzes. A beleza e esplendor do Santuário são marcas deixadas no decorrer dos 20 anos em que Mons. Dorival esteve à frente com esmero litúrgico, dedicação pastoral e inspiração artística.

 

Sua vasta experiência, adquirida nos dois longos mandatos, em Poá e Mogi das Cruzes, além de outros serviços prestados – aqui recordo que Monsenhor Dorival coordenou os serviços de construção do novo prédio da Faculdade de Filosofia e Teologia Paulo VI – o credenciaram para, no início de 2021, ser escolhido para função de pároco da Paróquia Sant’Ana e cura da Catedral Diocesana de Mogi das Cruzes, onde tomou posse em 11 de abril de 2021.

 

Além das paróquias onde trabalhou e trabalha, Pe. Dorival faz parte do Conselho de Presbíteros e tem sido importante referência para os padres mais novos, muitos dos quais o procuram para receber seus conselhos. É autor de três livros e possui dom para o canto, tanto que gravou dois CDs, na década de 1990.

 

De fato, Deus o privilegiou com muitos dons: ter boa voz para cantar, boa oratória para pregar, sensibilidade para com os bens culturais da Igreja e talento para decoração, ornamentação e restauro, haja vista tudo o que realizou aqui na catedral: na Capela do Santíssimo, no presbitério, na sacristia, nos altares laterais, a iluminação interna e externa, restauração das imagens, a casa paroquial e o pátio ao fundo do terreno, o zelo para com a Capela Santa Rita, etc ...

 

Querido Monsenhor Dorival! São tantos os atributos que fazem do senhor um sacerdote dedicado à evangelização e ao pastoreio junto ao povo, ressaltando seu zelo para com a casa de Deus e o templo sagrado. Mas há um aspecto que tenho a alegria de ressaltar nesse momento tão especial: a nossa amizade. É muito bom tê-lo como amigo e podermos estar próximos, no trabalho e na convivência fraterna. É sempre bom poder trocar ideias com o senhor, ouvi-lo discorrer sobre seus projetos e poder apoiar suas iniciativas para melhorar nossa catedral, em todos os sentidos.

 

E é também sempre muito agradável partilharmos esses momentos de convivência, tomando refeição juntos, até mesmo em sua casa, com pessoas amigas, ao redor da mesa, como fazia Jesus com seus apóstolos. Portanto, querido Monsenhor Dorival, eu lhe agradeço de coração pelo precioso dom da nossa amizade, um verdadeiro presente que Deus me concedeu. E assim prosseguimos, inspirados naquele salmo que proclama: “Oh! como é bom, como é agradável os irmãos viverem juntos como irmãos. É como óleo precioso sobre a cabeça. É como o orvalho descendo sobre os montes, de onde vem a bênção do Senhor” (Sl 132/133).

 

Queridos irmãos e irmãs! Hoje, com toda a Igreja, celebramos a Festa da Apresentação do Senhor no templo; por isso, em oração, a Igreja nos convida: “no esplendor do santo templo, adorai o Senhor Deus” (responsório breve). Quarenta dias depois do nascimento do menino Jesus – de fato estamos há quarenta dias do Natal –, “Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, a fim de apresenta-lo ao Senhor” (Lc 2,22). No templo, estava Simeão, homem justo e piedoso. “O Espírito Santo estava com ele” (v. 25) e ele agia “movido pelo Espírito” (v. 27). Ele “tomou o menino em seus braços e bendisse a Deus: agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel” (Lc 2,28-34).

 

Jesus é apresentado como salvador e luz do mundo: “esperança das nações, de quem a profetiza Ana falava a todos os que esperavam a libertação de Israel” (preces). Que a voz de Simeão e Ana ressoe pela nossa voz para que, em todos os tempos lugares se proclame: “meus olhos contemplaram a salvação” (v. 30), Simeão completou dizendo que “Este menino vai ser um sinal de contradição” (v. 34). “Profeta do Altíssimo”, o menino apresentado será, sem dúvida, sinal daquela contradição entre a mensagem de vida e salvação e tudo o que, no mundo, está em desacordo com a mensagem do Reino de Deus, que é “justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Rm 14,17).

 

Hoje a Igreja celebra também o “Dia mundial da Vida consagrada”. É este um momento oportuno para agradecer a Deus pelo carisma de homens e mulheres que se consagram a Deus, à Igreja e aos pobres. As consagradas/os são, pelo carisma que abraçaram, um eloquente sinal da presença de Deus no mundo. Em nome da Diocese de Mogi das Cruzes, agradeço as congregações, masculinas e femininas, bem como as associações de direito diocesano e os institutos seculares que, das mais diversas formas, estão presentes em nossa diocese, trabalhando, servindo e oferecendo seu testemunho solidariedade e santidade.

 

Como é bom agradecermos ao Senhor, cantar salmos de louvor ao Deus altíssimo (Sl 91,2). E o fazemos auxiliados pela intercessão de Sant’Ana, nossa padroeira e de Nossa Senhora das Candeias, de modo que, dia a dia, mantenha-se acesa em nossos corações a chama da vela que hoje acendemos, proclamando Cristo “luz para iluminar as nações” (v. 32). Amém!

 

 

Dom Pedro Luiz Stringhini

Mogi das Cruzes, 02 de fevereiro de 2024