As imagens da missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013) falam por si, mostrando os frutos da JMJ. Três milhões de peregrinos, jovens na maioria, compuseram-se num cenário monumental, na praia de Copacabana. Depois de uma semana de chuva e frio, o brilho do sol desenhava nítidos contornos entre o azul do mar e do céu, o verde das montanhas, a areia, casas, arranha-céus, recompensando a fé e a determinação dos peregrinos. Parecia que o céu e a terra se abraçavam, numa sinfonia universal de som e cores, beleza e harmonia, prece e fraternidade.
Das janelas dos prédios muita gente acenava e acompanhava a celebração. O horizonte da paisagem unia-se ao dos corações, rompendo limites, remontando o peregrinar de Jesus ao longo do lago da Galileia e a experiência dos que com ele estavam no Monte Tabor da transfiguração. Cada semblante irradiava alegria, a começar pelo Papa.
Durante uma semana, um clima de serenidade, solidariedade, confraternização e paz tomou conta da cidade. O testemunho dos peregrinos se somou à generosidade carioca das famílias e paróquias que acolheram e dos milhares de voluntários que trabalharam, não obstante os imprevistos e sacrifícios (distâncias, transporte, entre outros) para quem vem e quem recebe. Nada disso tirou a paz e o brilho, pois o amor falou mais alto.
O saldo é positivo para os jovens, para a Igreja e para o Brasil. Alimentou-se a esperança, fortaleceu-se a coragem. É possível vivenciar novos valores e vislumbrar um caminho eficaz de superação da violência. Mas é preciso, como aconteceu na Jornada, desarmar os corações, romper barreiras, favorecer o encontro de pessoas e culturas, alimentar a fé, celebrar a vida. Entender que o próximo é um dom e um tesouro; não uma ameaça.
Na história das Jornadas, a JMJ Rio 2013 escreveu mais uma bela página. O Papa encantou o Brasil com seu olhar de amor, seus gestos, suas palavras. Não cansou de acolher e abençoar as crianças; falou com insistência do respeito aos idosos; exortou os jovens acerca dos valores perenes do matrimônio e da família, da fé e da religião. Orientou a Igreja e seus ministros, a começar pelos bispos.
Os meios de comunicação projetaram a Igreja católica no cenário nacional e internacional, mostrando ao mundo o que a Igreja se propõe ser para o mundo, isto é, um sinal do reino de Deus, uma luz na sociedade, especialmente no serviço aos pobres. E, na missão da Igreja, os jovens são protagonistas, como discípulos-missionários: ide, fazei discípulos entre todas as nações! (Mt 28,19).
O Arcebispo Dom Orani João Tempesta, seus bispos auxiliares, a arquidiocese e o povo do Rio de Janeiro merecem reconhecimento e gratidão pelo trabalho efetuado. Valeu a pena todo esforço. A próxima Jornada deverá acontecer em 2016, em Cracóvia, Polônia, terra natal do Beato João Paulo II, iniciador das Jornadas. Será um reconhecimento de que sua profética inspiração é semente germinada e árvore que cresce e dá bons frutos. Vale a pena apostar na Juventude!
Dom Pedro Luiz Stringhini
Bispo diocesano de Mogi das Cruzes
29 de julho de 2013