No dia 7 de setembro, agradecemos a Deus pelas graças concedidas à nossa Pátria, o Brasil. O dia da Independência é marcado pela oração, pelas comemorações cívicas, especialmente as realizadas pelos alunos e pelas escolas, e pelas manifestações populares, através do Grito dos Excluídos, promovido há 19 anos pelos movimentos sociais ligados à Igreja Católica.
O Grito dos Excluídos ganha força nesta edição com a adesão dos que participam pacificamente das manifestações que acontecem desde junho, pedindo melhorias na saúde, segurança, transporte, emprego, salário e educação.
Convido também a nos unirmos a quantos participam da Romaria dos Trabalhadores, no Santuário de Aparecida, onde o Grito teve início, em 1995, e de onde se estendeu às outras regiões do Brasil.
O Grito dos Excluídos este ano tem como lema: “Juventude que ousa lutar constrói o projeto popular”, dando continuidade à Campanha da Fraternidade de 2013, “Fraternidade e Juventude”. Em 1995, o tema era “Fraternidade e os excluídos”. Dom Luciano Mendes, na época, afirmou que o grito “une o clamor diante das injustiças sociais à afirmação da esperança de se conseguir, de modo eficiente e pacífico, uma ordem social em que todos tenham acesso às condições dignas de vida”. É, pois, uma resposta profética e cidadã aos desafios que o Brasil enfrenta.
Não obstante reconhecidos e significativos avanços, em nosso país ainda perdura gritante concentração da renda e da terra, e se verificam as múltiplas formas de injustiça contra os pequenos, além da chaga da corrupção. Tudo isso gera pobreza, exclusão e violência. A juventude, carente de perspectivas e oportunidades, é o segmento da sociedade mais vulnerável e sujeito à violência.
É fundamental que as manifestações transcorram de forma pacífica e representem um grito de esperança para o povo brasileiro. O cristão reconhece, no rosto dos excluídos, o rosto de Cristo e, por isso, participa do sonho de construir uma sociedade democrática, justa, solidária e sustentável, com cidadania, ética e participação.
O Papa Francisco, nesse dia 7 de setembro, presidirá uma vigília de Oração, na Praça São Pedro, pela paz na Síria, no Oriente Médio e no mundo inteiro. E convida a todos, incluindo os não-católicos, a participarem da oração e do jejum pela paz.
Dom Pedro Luiz Stringhini
Bispo diocesano de Mogi das Cruzes
05. 09.2013