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Palavra do Bispo | A Catedral e a Arquitetura da Cidade

A Catedral de Sant’Anna se insere no conjunto arquitetônico de Mogi das Cruzes. O atual templo, fugindo da linha original da capela barroca de 1600, segue o estilo neoclássico, com nave e abside (cabeceira do templo, onde fica o altar-mor) em formato de abóboda, o que traz leve referência a basílicas romanas.

 

A história de meio século da catedral se mistura aos quatro séculos e meio da fundação da cidade de Mogi, com edifícios centenários e ruas estreitas pavimentadas com paralelepípedo. Outros edifícios públicos e belas residências projetam os anos setenta do século XX.

 

Dados históricos referentes à Catedral de Sant’Anna indicam que, em 1580, uma pequena capela foi construída por escravos, no entorno da qual se iniciou, em 1611, um núcleo urbano denominado Vila de Sant’Anna de Mogy Mirim, futuramente Mogi das Cruzes.

 

Em 1747, oficiais da Câmara da Vila de Sant’Anna de Cruzes de Mogy dirigem-se ao Rei de Portugal pedindo ajuda para a construção de uma nova igreja, já que a velha matriz estaria em ruínas. A igreja foi consagrada em 1884 e teve sua reconstrução terminada em 1900. Em 1951, um forte temporal derrubou a lateral direita da igreja, que foi, por causa disso, demolida. Em julho de 1952, foi dada a bênção para o lançamento da pedra fundamental de início das obras da construção da nova igreja matriz de Sant’Anna, que permanece até os dias de hoje.

 

Em 09 de junho de 1962, o Papa João XXIII criou a Diocese de Mogi das Cruzes e a igreja matriz foi elevada a catedral diocesana. Em 1968, mesmo sem o término das obras, a Catedral de Sant’Anna foi inaugurada pelo primeiro bispo diocesano, Dom Paulo Rolim Loureiro. Cinquenta anos se passaram e, por ocasião da celebração do jubileu de ouro da fundação da diocese, Delcimar Bessa Ferreira escreveu a obra 1962-2012 – Diocese de Mogi das Cruzes: 50 anos de história (São Paulo, Editora Santuário, 2012), onde se encontram tais informações.

 

Hoje, no coração da cidade, a Catedral apresenta uma aparência desgastada, sem o brilho peculiar do seu revestimento. Faz-se necessário restauro da área externa do templo, como já acontece, há quase dois anos, na parte interna. Para isso, a Diocese de Mogi das Cruzes acaba de firmar contrato com uma empresa de Arquitetura e Restauro para efetuar a obra, que deverá ser concluída em cinco meses.

 

Em Mogi das Cruzes, matizes de modernidade e um ar provincial de antiguidade se misturam, num conflito urbano em que harmonia, beleza e convivência humana buscam superar aquilo que representa caos, agressividade e indefinição. A cidade espera soluções modernas e humanizantes, como a eliminação da fiação exposta nas ruas, o cuidado com o Rio Tietê e suas margens, as novas e diversificadas unidades de conservação da serra do Itapeti, condições de mobilidade e, acima de tudo, proporcionar melhor qualidade de vida para os cidadãos.

 

Dom Pedro Luiz Stringhini

Bispo diocesano

Mogi das Cruzes, 07 de janeiro de 2014.