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Palavra do Bispo | Rito e ritmo da Jornada

Rito e ritmo da Jornada

A preparação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) dura, geralmente, três anos, isto é, desde o anúncio feito na jornada anterior. Naquele momento, alguns jovens do país escolhido recebem a cruz e o bispo diocesano começa a pensar e organizar. Que responsabilidade preparar um evento mundial para mais de um milhão de pessoas! Foi inspiração de João Paulo II, homem da religião, da cultura, do teatro, do trabalho e do sofrimento. Seu olhar e o dos jovens se cruzavam e se afinavam. 

 

A preparação tem o ponto alto na semana da jornada, com cinco grandes momentos. Na terça-feira, a missa presidida pelo arcebispo local, traz o sabor, a leveza e a alegria do encontro e de um início promissor. Quinta-feira é o primeiro encontro da multidão com o Papa, com a saudação do arcebispo e a dos jovens, com representações culturais, folclóricas, musicais. Tudo à luz da mensagem cristã e no protagonismo dos jovens. Sexta-feira é a representação da Via Sacra, os quatorze passos da paixão de Cristo, da condenação até à morte e sepultamento. Notou-se, no Rio e em Cracóvia, que esse momento religioso vem sendo apresentado com esmero e grande qualidade artística.  Sábado e domingo, em local e cenário diferentes, acontecem a grande Vigília e a Missa de Encerramento. Esses momentos vêm precedidos da passagem do Papa em meio à multidão. Na Vigília, há oração, adoração do santíssimo sacramento, testemunho dos jovens e, como sempre, a esperada palavra do Papa.

 

Tudo isso representa um espetáculo de singular beleza e significado, marcado pela mística que envolve a tudo e a todas as pessoas, em um clima de alegria e fraternidade. Destaque-se, sobretudo, o edificante serviço dos milhares de voluntários. Para a Igreja, é momento visível de comunhão e unidade, estreitando, sem fronteiras, laços universais e unindo corações dos que professam a mesma fé e acalentam os mesmos ideais, na mesma Igreja.

 

Contemplando sua pureza, beleza e transparência, não parece exagerado pensar que os jovens saem da jornada com esperanças e sonhos renovados e que o mundo pode se dar conta que ficou um pouco melhor.

 

Dom Pedro Luiz Stringhini

Bispo diocesano de Mogi das Cruzes

Cracóvia, Polônia, 31 de julho de 2016