A PADROEIRA SANT’ANNA
Neste dia, a Igreja celebra com devoto recolhimento e sincera alegria a memória de São Joaquim e Sant’Anna, ditosos pais da Virgem Imaculada e justos avós de Cristo Deus. A piedade cristã reservou para este santo casal um lugar privilegiado no coração do catolicismo em virtude de terem sido agraciados por Deus com o privilégio todo particular de serem os pais daquela que Deus Pai escolheu por Mãe de seu Filho. Mas a glória de Joaquim e Anna não se resume a este fato extraordinário, antes, o nascimento prodigioso da futura Mãe de Deus é o coroamento das virtudes cultivadas durante a vida no coração destes ditosos anciãos.
Sant’Anna, padroeira da Catedral, do Município e da Diocese de Mogi das Cruzes, é também patrona de tantas outras paróquias, dioceses e municípios, sendo assim referência para as famílias, para a Igreja e para os cidadãos.
A sabedoria bíblica ensina que é importante reconhecer, homenagear e “fazer o elogio dos nossos antepassados através das gerações. Estes são homens de misericórdia; seus gestos de bondade não serão esquecidos. Eles permanecem com seus descendentes” (Eclo 44,1.10-11). São Joaquim e Sant’Anna figuram, na história, na memória e na devoção da Igreja como exemplos de pessoas justas e tementes a Deus, de quem “os povos proclamam a sua sabedoria e a assembleia celebra o seu louvor” (Eclo 44,15). Eles são os pais da Virgem Maria e avós de Jesus Cristo, nosso Senhor, mestre e salvador. Modelos de sabedoria e santidade, são também patronos das famílias e dos idosos.
“Homenagear nossos antepassados através das gerações”. Nessa inspiração bíblica da festa de Sant’Anna, a Igreja aprende a fazer memória de seus pastores, mestres e benfeitores através das gerações. Por isso, hoje, a diocese de Mogi das Cruzes homenageia benfeitores que ajudaram a construir esta matriz-catedral, nos anos cinqüenta. Seus nomes estão escritos em placa afixada na catedral; estão, sobretudo, escritos e preservados na memória do povo e no coração de Deus. Dentre eles, um único está presente entre nós, o sr. Henrique Borentein. A diocese de Mogi das Cruzes, no 55º ano de criação e instalação, quer prestar-lhes justa e merecida homenagem.
A festa de Sant’Anna, tendo como marcos históricos a catedral e a praça; e tendo como marcos culturais a procissão e a quermesse, constitui-se em rico e importante patrimônio de Mogi das Cruzes. Conforme editorial (Diário 23/07/2017) a festa acontece “na mesma praça onde orou, em agosto de 1822, Dom Pedro I, que empreendia viagem do Rio de Janeiro a São Paulo” para proclamar a Independência. O mesmo editorial afirma que preservar as tradições e a religiosidade “colabora, em muito, para que Mogi das Cruzes siga como exemplo”. Exemplo de convivência, fraternidade, espírito de família. A catedral de Mogi abriga a antiga imagem da santa padroeira, de cerca de trezentos anos, representando uma devoção que remonta a quatrocentos anos (desde 1611).
Felizes sois vós porque vossos olhos vêem e vossos ouvidos ouvem (Mt 13,16). Jesus proclama que são felizes os que vêem com os olhos da fé e ouvem com os ouvidos do coração. O cristão vê com os olhos, sente com o coração e anuncia com a boca as maravilhas de Deus. E, com seus pés, percorrerem o mundo levando boas notícias de paz. De fato, a paz é o sonho desde sempre acalentado da humanidade, segundo as palavras do profeta Isaías: “como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, do que proclama boas notícias e anuncia a salvação” (Is 52,7).
Joaquim e Ana são verdadeiramente felizes porque aquilo que não foi permitido aos grandes justos do Antigo Testamento, foi a eles concedido: gerar a Virgem Imaculada, de quem Deus tomaria a nossa pobre natureza humana para dignificá-la, redimi-la e deificá-la. O que muitos profetas e justos desejaram ver e não viram (cf. Mt 13,17), os olhos de Ana e Joaquim puderam contemplar: a Mãe e o Filho, o início da nossa redenção.
Pela intercessão dos benditos pais da Mãe do Senhor Jesus Cristo, neste dia a eles dedicado, cheguem ao coração de Deus Pai as preces do povo que com devoção e fé apresenta suas necessidades, seus sofrimentos, suas esperanças. Que os venturosos pais da Santíssima Virgem apresentem também as orações em favor desta Diocese e deste Município. E que Deus abençoe a e fortaleça os cristãos e pessoas de boa vontade para trilharem caminhos de sabedoria, santidade e felicidade.
São Joaquim e Sant’Anna, santos e justos avós de Jesus Cristo, intercedei a Deus por nós!
Dom Pedro Luiz Stringhini
Mogi das Cruzes, 26 de julho de 2017